Morada: Praceta 25 de Abril, Sala 4 | 2615-033 Alverca do Ribatejo
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Conselho Fiscal
Em finais do ano de 1985 realizou-se um curso de iniciação ao teatro na Casa da Juventude e da Cultura de Alverca. No âmbito dessa ação de formação e como trabalho final, apresentou-se, já em inícios de 1986, a peça de teatro o Bilora, de Angelo Beolco (o ruzante).
Na sequência daquela primeira apresentação pública e com o objetivo de dar continuidade a esse mesmo trabalho, em 9 de Março de 1986, alguns dos formandos que frequentaram o curso, decidiram constituir-se em grupo. Inicialmente chamava-se Núcleo de Teatro da Casa da Juventude e da Cultura de Alverca, mais tarde foi escolhido o nome de Cegada Trupe de Teatro e depois, Cegada - Grupo de Teatro.
Desde então, e ininterruptamente, o Cegada tem cumprido, de forma inequívoca, o seu papel de agente cultural junto da comunidade local, divulgando, incrementando e incentivando o gosto da população pela arte da criação.
Para além da concepção, montagem e apresentação de peças de teatro, têm sido realizadas ações de formação, bem como tem cultivado o gosto por parcerias com outros agentes socioculturais locais.
Pelo trabalho e desenvolvido em prol da cultura, em 1998, foi-lhe atribuído o Galardão de Mérito Cultural da Cidade de Alverca.
Após 14 anos de atividade exclusivamente dedicados ao teatro de amadores, no ano 2000, o Cegada definiu o seu enquadramento legal e fiscal. Foram elaborados, aprovados, registados e publicados os respetivos estatutos, enquanto associação sem fins lucrativos que tem por objeto as atividades culturais, nomeadamente o teatro.
Entretanto em 2002, o Cegada - Grupo de Teatro participa na Fundação ANTA - Associação Nacional de Teatro de Amadores, sócio nº 2, reforçando e iniciando frutuosas relações de intercâmbio de amizades e experiências com diversos grupos de teatro de amadores do País.
Em 2004, completa 18 anos de atividade e organiza em parceria com a Junta de Freguesia de Alverca, a 1ª Amostra de Teatro de Alverca. Assim, ao longo de Março e Abril, Alverca recebeu 18 grupos de teatro de amadores e 2 companhias profissionais provenientes de todo o país e em 2 palcos as cortinas abriram-se para 26 espetáculos. Foi a maior iniciativa que o Cegada produziu, provando assim, mais uma vez a sua perseverança e a sua força em oferecer teatro em Alverca e contribuir para o seu enriquecimento cultural.
O ano de 2005, foi um ano do reconhecimento e da mudança do Cegada. Ao fim de quase 20 longos anos, para além de ver reconhecida a sua intervenção na comunidade local, é-lhe atribuído o estatuto de entidade de utilidade pública, pela Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, em 27 de Janeiro, é presenteado com a celebração de um protocolo de cedência, em regime de comodato, de novas instalações, em 24 de Setembro, de acordo com o projeto entregue às entidades locais em finais de 2003. Dá-se lugar a sua mudança de instalações com condições reais para a prática do teatro. Assim é, numa fração das antigas instalações da SFRA, propriedade da Junta de Freguesia de Alverca e tendo sofrido obras de requalificação pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que o Cegada constrói (força de muita vontade, teimosia, birra e birras dos seus membros) o seu Auditório, um projeto amplamente sonhado que alcança finalmente a realidade. Além disso, o Cegada é aceite no IPJ enquanto Associação Juvenil e como associado do INATEL.
Além destas grandes transições, ainda no final de 2005, o Cegada registou outra... Diferente, forte como a natureza, uma daquelas transições que escapa às nossas vontades... Faleceu Ildefonso Valério, membro fundador, encenador até 1999 e certamente um dos maiores sonhadores do Cegada Grupo de Teatro. O Cegada permanecerá, agradecendo sempre a força, a sabedoria e a transmissão do gosto pelo teatro que fez dele o "Mestre"...
2006, a maturidade continua, além da parceria com a Take 2000 numa curta metragem de João Oliveira, acontece a organização da 2ª edição da Amostra de Teatro de Alverca, estreia, de 1 de Março a 2 de Abril, o novíssimo auditório Cegada. Festeja-se assim o 20º aniversário com 20 iniciativas (19 espetáculos e uma conversa sobre teatro). Mais uma vez, Alverca aderiu em pleno e não havendo duas sem três, começa o sonho para a 3ª edição a realizar em 2008.
No entanto, após esta fase de satisfação por tantos objetivos alcançados, quando o grupo se restabelecia da cansativa Amostra para começar a dinamizar o Espaço Cegada, e torná-lo um polo cultural da cidade de Alverca, o auditório, sofreu um incêndio devastador na noite de 18 de maio de 2006. O Cegada perdeu quase todo o seu espólio material, inclusive as cenografias e figurinos dos espetáculos em cena...
As novas condições e as fortes amizades resultam numa onda de solidariedade e num mar de novos desafios. Além de diversos espetáculos oferecidos por artistas e grupos de teatro amigos, a população e o movimento associativo de Alverca dão as mãos ao Cegada. De novo em espaços temporariamente cedidos, encarando os potenciais e as dificuldades dos desafios impostos, a luta pelo teatro não pára.
Um mês após o acidente, a cenografia de um dos trabalhos está resposta e os espetáculos continuam (kikerikiste), e ainda o outro, com guarda roupa cedido, é adaptado aos palácios das quintas municipais (O Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu Jardim), numa perfeita comunhão de teatro e património edificado.